A Procuradora-Geral da
República (PGR), Lucília Gago, pediu esta segunda-feira “agilização da tarefa
inspetiva” no que concerne à avaliação de mérito dos magistrados do Ministério
Público, sublinhando que atrasos ou não realizações são “fonte de injustiça”,
por exemplo, em promoções.
Na tomada de posse de dois
Procuradores-Gerais Adjuntos que vão exercer funções junto do Supremo Tribunal
de Justiça e de três inspetores do Ministério Público (MP), que decorreu esta
segunda-feira na Procuradoria-Geral da República, em Lisboa, Lucília Gago
alertou para a necessidade de uma “desejável cadência” na realização das ações
inspetivas.
“No que se reporta às ações
inspetivas e inspeções para avaliação do mérito – as primeiras introduzidas
inovatoriamente no atual Estatuto – importa sublinhar a absoluta necessidade de
manter o foco na desejável cadência na sua realização, com observância do
momento adequado para o efeito e da periodicidade estatutariamente estabelecida
e na superação dos atrasos que, não obstante o reforço do quadro de inspetores,
ainda se fazem sentir”, referiu a PGR na sua intervenção na cerimónia.
Lucília Gago defendeu que
“urgirá enveredar pela agilização da tarefa inspetiva, sem prejuízo da acuidade
avaliativa a preservar e dos critérios de justiça a observar”, alertando que
deve atenuar-se, “na medida do possível, a penalização dos magistrados por
circunstâncias que estes não dominam nem conseguem ultrapassar, mesmo quando,
perante inexistência de classificação atribuída ou perante classificação
desatualizada, exprimem a pretensão de ver o seu trabalho inspecionado”.
“Sendo a falta de inspeção
para avaliação de mérito ou a sua não realização tempestiva fonte de injustiça,
por impeditiva também da colocação de magistrados em determinados lugares de
maior destaque e de maior nível de responsabilidade que pressupõem classificação
de mérito, a eleição de tal agilização emerge como essencial”, acrescentou a
PGR.
Lucília Gago deu o exemplo
de como os atrasos na atualização da avaliação de mérito dos magistrados
prejudicam o acesso a concursos e graduações.
“A isso acresce a incompreensível assimetria no tratamento dispensado aos magistrados quando se constata que alguns foram, ao longo da carreira, inspecionados múltiplas vezes e outros parecem ter ficado esquecidos. Tudo razões bastantes para a essencialidade da aposta numa evolução de sentido favorável, para a qual o inigualável reforço de meios humanos que o serviço de inspeções vem conhecendo há dois anos a esta parte, em particular se comparado com o registado noutras áreas ou unidades orgânicas igualmente carecidas, não deixará de relevantemente contribuir”, disse ainda.
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