O
voto de pesar foi proposto pelo grupo parlamentar do MPLA, durante a 7ª Reunião
Plenária Ordinária da Assembleia Nacional.
O
Plenário da Assembleia destacou a dimensão de José Eduardo dos Santos pelo seu
envolvimento pessoal no processo que deu lugar à independência da Namíbia, à
queda do regime do Apartheid na África do Sul, e à consequente libertação de
Nelson Mandela.
O
deputado Julião Mateus Paulo "Dino Matross", do MPLA, ressaltou o
papel humanista do antigo Estadista, "que mandou calar as armas e criar
condições para a negociação do processo que deu lugar à assinatura dos Acordos
de Paz, a 4 de Abril de 2002, agora celebrado como Dia da Paz".
Lembrou
que José Eduardo dos Santos foi o principal artífice do processo de pacificação
do país que envolveu, numa primeira etapa, através de ronda de negociações, os
Estados Unidos da América (EUA), Cuba e a então União Soviética (Rússia, mais
tarde) e culminou com assinatura dos Acordos de Bicesse, a 31 de Maio 1991.
Adiantou
que, independentemente das diferenças políticas, José Eduardo dos Santos
"será sempre lembrado pelo seu humanismo, tolerância, perdão, visão
estratégica e elevado sentido de Estado, tendo colocado como prioridade da sua
actuação como Chefe de Estado, a paz e a reconciliação nacional".
Voto
de pesar merecido
O
deputado Lucas Ngonda, da FNLA, disse tratar-se de um voto de pesar merecido
por considerar o antigo Chefe de Estado "um patriota ímpar que exerceu,
durante muitos, a mais alta magistratura da Nação".
Benedito
Daniel, do PRS, saudou igualmente o voto de pesar, por tudo quanto fez José
Eduardo dos Santos, "que dedicou toda a sua vida pela causa de todos
nós".
Por
seu turno, o líder do grupo parlamentar da coligação CASA-CE, Alexandre
Sebastião André, também associou-se ao voto de pesar, pela morte do antigo
Chefe de Estado, que considerou merecido.
Os deputados lamentaram a não transladação para Angola, até ao momento, dos restos mortais de José Eduardo dos Santos, para que lhe seja prestada a homenagem merecida.
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