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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Educação financeira: O caminho para a sua independência

 

Educação financeira: O caminho para a sua independência


Hoje para fazer uma reflexão sobre a educação financeira no Brasil: uma disciplina que tem ganhado força,mas que ainda precisa de ajustes para verdadeiramente transformar a vida da população.

 

Não há como negar: educação financeira passa hoje por seu melhor momento no Brasil. Eu me sinto muito feliz por fazer parte dessa conquista em um país onde 41% da população adulta ainda vive com endividamento crônico de acordo com os levantamentos mais recentes. Quando eu escrevi o meu primeiro livro, "Dinheiro: Os segredos de quem tem", em 2002, a educação financeira simplesmente não existia no Brasil. As dezenas ou até as centenas de canais que hoje você segue no Youtube, consequência do interesse cada vez maior dos brasileiros sobre o assunto, não eram sequer imaginados.

 

 Na verdade, naquela época, o próprio Youtube era, no máximo, uma ideia, já que nasceria apenas 3 anos mais tarde. De lá para cá, a mobilização da sociedade civil e de Governos levou ao surgimento de inúmeras iniciativas voltadas a mudar a realidade financeira do brasileiro. Foi dessa mobilização que nasceu, por exemplo, a Estratégia Nacional de Educação Financeira, a ENEF, que passou a incluir a educação financeira no currículo escolar.

 

Uma vitória e tanto, ainda mais quando comparado à situação que tínhamos aqui no início do século. Mas eu considero essa vitória ainda parcial, com um longo caminho para melhorias. Você que me segue nas redes ou é aluno de um dos meus cursos: Inteligência Financeira ou Equilíbrio Financeiro, já percebeu que a boa educação financeira tem muito mais a ver com aprender a fazer boas escolhas do que com aprender a fazer contas.

 

É muito mais uma educação pautada em questionamentos filosóficos como: Por que escolhemos e como escolhemos, e em ferramentas multidisciplinares, do que com uma educação focada em ensinar finanças ou matemática. Mas, infelizmente, muitos educadores ainda não se deram conta disso. A maioria das metodologias adotadas hoje no currículo escolar, tratam de ensinar crianças a fazer contas e somar valores para projetarem em quanto tempo se tornarão milionárias ou algo do tipo. E em um país onde a ganância e a corrupção costumam prevalecer, não vejo esse caminho como certo a seguir. digamos, por exemplo, que seus filhos vão à gôndola de iogurtes no supermercado. Como fazer a melhor escolha entre um iogurte de R$ 2 e outro de R$ 2,50? É apenas uma questão de preço ou essa escolha também deve ser pautada na avaliação do produto com maior valor nutricional, mais qualidade, que faça mais bem a saúde.

 

Um dos aspectos fundamentais da educação financeira é ensinar que existem diferenças significativas entre produtos semelhantes: A forma de produzir, a qualidade ao aproveitá-los, a forma de descarte de embalagens, o impacto de cada um em nossa saúde

entre outros aspectos. Por isso, o aprendizado deve ter como foco gerar grandes transformações de forma pragmática e útil de maneira que possa ser aplicado com inteligência no dia a dia. Por exemplo: Por que duas pessoas que trabalham nas mesmas 8 horas por dia têm salários completamente discrepantes? É tudo uma questão de sorte ou isso tem mais a ver com a diferença que as duas têm de conhecimento, experiência, exclusividade e preparo para oportunidades? Inteligência Financeira é isso: Saber fazer escolhas inteligentes e que produzam efeitos positivos por mais tempo, com base filosófica, alto conhecimento e entendimento da sociedade.

 

Claro que as falhas de metodologia não invalidam o nosso incipiente de educação financeira, sem dúvida, ajustes são necessários, mas a própria inserção da consciência financeira nas crianças, já tem gerado grandes resultados e também um saudável debate. Estudos do banco mundial comprovam que a educação financeira, como tem sido ensinada nas escolas brasileiras, já transforma muitas vidas. Isso porque, conscientes da importância dos cuidados com as finanças, as crianças passaram a provocar os seus pais para refletirem de maneira mais responsável sobre os gastos. Isso ajuda a melhorar a condição financeira da família ao mesmo tempo que prepara o terreno para que essas crianças e jovens tenham uma vida adulta com escolhas mais inteligentes e equilibradas.

 

A transformação da nossa sociedade começa pela base, e é isso que nos ajudará a romper com a realidade financeira atual e construir mudanças para torná-la cada vez mais justa e menos desigual. Educação financeira, não tenho dúvidas, é o caminho certo para melhorar a sociedade.

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