A Madeira
“foi a única região do país” que manteve o calendário escolar e decidiu retomar
as aulas do segundo período letivo logo a 3 de janeiro.
A Madeira tem
cerca de dois mil dos 41 mil alunos da região confinados devido à pandemia da
covid-19, o que “não justificava” adiar o início do segundo período escolar,
disse esta quarta-feira o secretário da Educação do arquipélago.
“Temos cerca
de dois mil, dos 41 mil alunos [da Madeira] em isolamento, o que não
justificava uma medida de âmbito global que abrangesse todo o sistema
educativo, como aconteceu a nível nacional”, afirmou Jorge Carvalho no plenário
da Assembleia Legislativa da região.
O governante
realçou que a Madeira “foi a única região do país” que manteve o calendário
escolar e decidiu retomar as aulas do segundo período letivo em 3 de janeiro,
como previsto, enquanto o restante país optou por adiar por uma semana (em 10
de janeiro).
“É unânime
que não deveríamos ter assumido o ensino à distância”, enfatizou.
Os últimos
dados divulgados ontem a pela Direção Regional da Saúde (DGS) apontam que a
Madeira registou 1.889 casos de covid-19, o número diário mais elevado desde o
início da pandemia, num total de 8.926 infeções ativas no arquipélago e 94
doentes internados.
O líder do
grupo parlamentar do PS, o maior partido da oposição na Assembleia da Madeira,
ocupando 19 dos 47 lugares no hemiciclo, elogiou este “ato de coragem,
positivo, do não encerramento das escolas” do executivo madeirense.
Mas, Rui
Caetano criticou o facto de “as escolas não terem ainda condições e
equipamentos necessários para dar aulas à distância”.
O secretário
regional contrapôs que foi “renovado totalmente o parque informático das
escolas”, com base no compromisso de substituição de 25% anual dos
equipamentos, realçando que “não existem computadores com mais de quatro anos”
nos diferentes estabelecimentos.
“Há
capacidade de responder às diferentes situações”, vincou, admitindo que apenas
não foi conseguido o ensino online “a todas as turmas”.
Contudo,
assegurou que “todos os alunos estão a ser acompanhados” e que “cada escola vai
implementando o melhor modelo”, seja presencial, à distância ou misto, sempre
que se justifique.
Jorge
Carvalho esteve no parlamento a apresentar a primeira alteração ao Decreto
Legislativo n.º 14/2006/M, de 24 de abril, que estabelece o regime jurídico
aplicável aos núcleos infantis e respetivos titulares na Região Autónoma da
Madeira.
O governante
realçou que a rede de creches é frequentada por cerca de 3.400 crianças,
“praticamente a totalidade dos alunos nesta faixa etária, e dá resposta às
necessidades”, constituindo estas estruturas socioeducativas de pré-escolar
“mais uma oferta”.
Explicou que
a alteração proposta neste diploma visa “trazer a possibilidade de estabelecer
contratos-programa para estes núcleos infantis ficarem integrados no sistema
[educativo] e poderem usufruir da redução de 40% das mensalidades das creches
e, numa situação crítica, como a da atual pandemia, poderem ser atribuídos
apoios a estes estabelecimentos”.
O responsável
referiu que existem sete destes núcleos infantis na região, sendo cinco
localizados no Funchal, um no Porto Santo e outro em Santa Cruz, os quais
abrangem 67 crianças e 15 titulares.
Com a
alteração proposta neste diploma “ficam garantidas, com o devido enquadramento,
as atividades a desenvolver nestes espaços”, referiu, acrescentando que a
medida “não esgota responsabilidade pública”.
Por isso,
estipula a atribuição de “um valor mensal 15% da retribuição mínima mensal por
cada criança, num total de 7.266 euros por mês e 87 mil euros anuais”.
Os deputados
das diferentes bancadas manifestaram apoio a esta iniciativa, tendo o
parlamentar único do PCP, Ricardo Lume, insistido na importância de ser criada
uma rede de creches gratuita como forma também de combater o défice
demográfico.
Paulo Alves,
do JPP, recordou que o partido havia proposto uma iniciativa semelhante em
2022, que foi chumbada pela maioria do PSD/CDS.
As iniciativas debatidas no plenário vão ser votadas na quinta-feira.
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